quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Os Anabolizantes e a Sexualidade


Os esteróides androgênicos anabólicos, popularmente conhecidos como anabolizantes, são hormônios esteróides naturais e sintéticos que promovem a divisão e o crescimento celular, resultando no desenvolvimento de diversos tecidos, especialmente muscular e ósseo.

Anabolizantes podem ser administrados via oral ou injetável e são derivados do hormônio sexual masculino - a testosterona. Os esteróides anabólicos têm sido usados desde sua descoberta em vários procedimentos médicos, sendo comum para condições crônicas debilitantes, como o câncer e a AIDS. Contudo, além dos efeitos fisiológicos e de virilização/masculinização, eles têm sido associados a diversos efeitos colaterais quando administrados em doses excessivas. Muitos países possuem leis para controlar o uso e a distribuição destes esteróides.

Os efeitos são anabólicos e de virilização (por andrógenos). Entre os anabólicos estão: aumento da síntese protéica a partir de aminoácidos; aumento da massa e força muscular; aumento do apetite; aumento da remodelagem e crescimento ósseo; estimulação da medula óssea que leva ao aumento da produção de células vermelhas no sangue. Já os efeitos decorrentes dos andrógenos são: hipertrofia clitoriana em mulheres e crescimento do pênis em meninos (quando o pênis ainda está em fase de crescimento, no adulto não há mudança); aumento dos pelos sensíveis aos andrógenos (púbicos, barba, peito, membros); aumento do tamanho das cordas vocais; aumento da libido; supressão dos hormônios sexuais endógenos; prejuízos na espermatogênese.

Contudo, a maneira como os anabolizantes são metabolizados no organismo levam a possibilidade de efeitos colaterais, e dentre eles temos:

• Aumento da pressão sangüínea

• Elevação do colesterol (aumentam os níveis de LDL e diminuem os de HDL), e isto pode levar ao maior risco de doenças cardiovasculares.

• Acne (pela estimulação das glândulas sebáceas)

• Prejuízos na conversão para Dihidrotestosterona, o que pode acelerar ou causar calvície precoce e câncer de próstata.

• Alteração da morfologia do ventrículo esquerdo do coração

• Hepatoxicidade

• Crescimento acima do normal da gengiva


Nos homens os efeitos colaterais incluem: ginecomastia (desenvolvimento das mamas); função sexual reduzida e infertilidade temporária; atrofia testicular e prejuízo na espermatogênese (processo de formação do espermatozóide). Já em mulheres os efeitos colaterais são os seguintes: crescimento de pêlos pelo corpo; disfonia vocal; hipertrofia clitoriana; diminuição temporária nos ciclos menstruais. Contudo, quando usados por adolescentes, esses efeitos colaterais podem ser ainda maiores. O crescimento fica comprometido, há aceleração na maturação óssea, aumento na freqüência e duração das ereções, desenvolvimento sexual precoce, hipervirilização, hipergonadismo, aumento dos pêlos por todo o corpo, inclusive os púbicos e a barba.

O uso dos esteróides anabólicos ainda é o centro de muita controvérsia, pois assim como outras drogas, na cultura popular há muitas concepções errôneas que surgiram com a falta de conhecimento sobre os seus reais efeitos. E depois de ler o que foi descrito acima, será que ainda vale a pena colocar sua saúde sexual em risco? Será que vale a pena colocar a sua saúde em risco por pura vaidade? Será que vale a pena ter o corpo ideal proposto pela mídia? Mesmo que o uso seja feito com acompanhamento médico, vale a reflexão!







Foto ilustrativa retirada da internet

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Disfunções Sexuais Femininas



Uma disfunção sexual acontece quando há um bloqueio de natureza física e/ou psicológica, que resulta na interrupção de uma das fases que compõe o ciclo da resposta sexual humana. Existem vários tipos de disfunção, dependente da fase do ciclo que é interrompida.


DESEJO HIPOATIVO
Caracteriza-se pela diminuição ou ausência total de fantasias eróticas e de desejo em ter atividade sexual. Esta situação acaba gerando um grande sofrimento, além de poder criar conflitos entre um casal.


DISFUNÇÃO ORGÁSMICA OU ANORGASMIA
É a dificuldade ou incapacidade de atingir o orgasmo após uma fase de excitação sexual adequada em termos de foco, intensidade e duração. Esta dificuldade deve ser recorrente ou persistente.


DISPAREUNIA
É a dor vaginal, persistente ou recorrente, durante o coito. Mais freqüente em adolescentes - pela inexperiência, falta de informação, secura vaginal, receios, entre outros – e na menopausa quando a maioria das mulheres acaba tendo menos lubrificação vaginal natural. A dor também pode ser causada por vaginismo, ou seja, a contração involuntária dos músculos próximos à vagina que impede a penetração.


DISFUNÇÃO EXCITATÓRIA
Dificuldade, persistente ou recorrente, de obter ou manter a excitação sexual, medida geralmente em termos de lubrificação vaginal.


O que pode causar uma disfunção sexual?
Geralmente, a disfunção sexual pode ter várias causas, tal como a existência de algumas doenças - diabetes, hipertensão, hipotireoidismo, depressão, entre outras -, a ingestão de álcool em excesso, medicamentos ou drogas. Entre as causas psicológicas, as que mais influenciam a disfunção sexual são: estresse, cansaço, baixa auto-estima, problemas no relacionamento, sentimento de culpa, educação rígida, mas existem muitas outras.
É importante salientar que muitas vezes estes fatores podem atuar simultaneamente na disfunção sexual.


Como tratar?
As disfunções sexuais começam a ser encaradas como verdadeiros problemas e não como motivo de vergonha, o que contribui para a maior procura por ajuda especializada. O tratamento das disfunções varia conforme a sua causa, o que pode incluir terapêutica farmacológica e/ou psicoterápica focada na terapia sexual.

Caso se identifique com algumas das situações referidas, procure um profissional especialista que possa ajudar a solucionar este problema.

 
 
 
 
 
OBS.: A imagem foi retirada da internet.
 

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

A Sexualidade Humana no Brasil

Atualmente a investigação científica faz parte da base do desenvolvimento econômico, social e cultural de uma nação moderna. Apesar do papel de destaque que o Brasil possui no cenário internacional quando se fala em desenvolvimento, ainda há muito que fazer pelo incentivo a ciência.

Na área de Sexualidade Humana o ensino, a investigação científica e também a clínica apresentam dificuldades ainda maiores, advindas da necessidade em se ultrapassar as limitações não só da cultura científica, mas principalmente da cultura social. Há poucos centros de excelência voltados ao ensino e a prática em Sexualidade Humana, especialmente ao pensar nas proporções do território brasileiro. O ensino é a base para a investigação e a clínica da sexualidade, contudo, são poucas as universidades que oferecem uma disciplina curricular que aborde o tema. É necessária uma reforma no ensino, e não só universitário, mas também no ensino de base que deve abordar a educação sexual com profissionais devidamente qualificados para passar o tema de forma clara e eficiente à população. Este é um grande passo para a desconstrução de conceitos errôneos a respeito da Sexualidade Humana, ainda muito fortes na sociedade.

Cada vez mais os profissionais das humanas e saúde têm sentido a necessidade de procurar cursos de pós-graduação e extensão que abordem o tema Sexualidade Humana. Mas esta realidade ainda é distante... Poucos profissionais, realmente, estão preparados para lidar com o tema. Além do mais, falta estrutura...

Mas por que não há investimento na área clínica de Sexualidade? Primeiro que não há recursos humanos, tanto científico como tecnicamente capacitados, também há o desinteresse público e privado que prioriza outras áreas clínicas. Ainda deve-se pensar no custo de unidades especializadas, principalmente para casos mais complexos. É a era da transdisciplinaridade, talvez se conseguisse melhores resultados para essa área ainda tão nebulosa, se houvessem investimentos em algumas unidades de referência que pudessem unir a clínica de Sexualidade ao ensino e investigação. Além é claro, da possibilidade clara de reunir profissionais de diversas especialidades em prol da Sexualidade Humana e do paciente.

Este é um assunto que cada vez mais se mostra importante para reflexões e discussões!