quinta-feira, 31 de outubro de 2013

O OUTUBRO DAS MENINAS





Olá pessoal! Hoje termina o mês de outubro. É hora de nos darmos conta de que o final do ano está chegando. Estamos todos cansados, e com certeza atribulados entre os tantos afazeres que a vida moderna nos exige. Cada vez menos temos tempo para nós mesmos. Ouvimos tanto esta frase, compreendemo-la tão bem, mas pouco refletimos sobre mudanças e agimos para desconstruí-la.
Vamos parar alguns minutinhos do dia para pensar nos cuidados que estamos tendo, ou não, com nós mesmo? E de quebra, com a nossa saúde? O mês de outubro é dedicado internacionalmente à campanha de conscientização à prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama. Pudemos assistir a várias iniciativas em todo o Brasil, e no mundo, mas será que elas nos tocaram ao ponto de fazermos um auto-exame de mamas, e marcar uma consulta no ginecologista?
O câncer de mama é uma doença causada pela multiplicação anormal das células da mama, formando um tumor maligno, que se descoberto no inicio pode ter cura. Portanto, mulheres com mais de 40 anos devem fazer exames regularmente, procurando por uma unidade de saúde ou seu médico de confiança. Mas digo mais, diante de tantos casos de mulheres com o diagnóstico antes mesmo dos 40 anos, todas nós devemos ter cuidado, independente de idade. Só isso basta? Não!
Faz parte ainda da prevenção uma dieta equilibrada e a prática de exercícios físicos, pois o excesso de peso aumenta o risco de desenvolvimento da doença. A ingestão de álcool também é um fator de risco, mesmo em quantidade moderada, assim como a exposição a radiações ionizantes. Ainda não se tem dados concretos sobre a associação ao uso de medicamentos anticoncepcionais como fator de risco, mas acredita-se que mulheres que fazem uso de contraceptivos com níveis elevados de estrogênio por longo período, ou utilizaram em idade precoce, podem estar mais predispostas.

Infelizmente, a prevenção primária não é possível devido a variação dos fatores de risco e as características genéticas de cada um de nós, mas que tal pensarmos um pouquinho mais em nossa saúde e bem-estar? Devemos nos lembrar de que todo mês é mês de nos cuidarmos, não só quando tudo fica cor-de-rosa! Que tal nos tocarmos amanhã? Que tal procurarmos um médico na próxima semana?


Veja como fazer o autoexame aqui!






*foto retirada da internet



quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Dia Nacional da Visibilidade Lésbica


O Dia Nacional da Visibilidade Lésbica foi criado por ativistas lésbicas brasileiras e dedicado à data em que aconteceu o 1º Seminário Nacional de Lésbicas - Senale, ocorrido em 29 de agosto de 1996.








*foto retirada do FB Supervisão Municipal LGBTT de Itapipoca


Política de Moderação dos Comentários



A ideia não era de moderar os comentários, contudo, a legislação brasileira prevê a responsabilização do blogueiro pelo conteúdo que divulga, inclusive nos comentários. Diante disso, eu tenho o direito de moderar os comentários para publicação em meu blog, sim! Como diz uma grande blogueira e humanista Ligia Moreiras Sena, quem eu tive o prazer de conhecer, “o direito de se expressar de um termina onde começa o direito do outro de garantir o mínimo de respeito aos direitos humanos”.

Este é um blog que fala cientificamente sobre Sexualidade Humana, então, comentários que sejam descaracterizados de ciência e contenham falsas informações, pornografia, ofensas, preconceitos, discriminação e não respeitem a Declaração Universal dos Direitos Humanos e a Declaração Internacional dos Direitos Sexuais e Reprodutivos serão excluídos. Eu mostro meu rosto, mas quem fere meu espaço e meus leitores não se mostra, portanto, uma denúncia de alguém anônimo demoraria a surtir efeito.

Minha responsabilidade é passar a informação correta e de acordo com meus princípios e valores. Não gostou? ‘Peça seu dinheiro de volta’ ou, crie seu próprio blog! Ok?







*foto retirada da internet


terça-feira, 25 de junho de 2013

Sr. Reinaldo Azevedo vamos conversar sobre SEXUALIDADE?


Na semana passada li o texto do Sr. Reinaldo Azevedo no portal da Veja com o título: Você lerá que comissão aprovou ‘projeto cura gay éuma falsa notícia e aqui se explica por quê. Não dei muita atenção àquela matéria descabida, até receber o email de uma leitora do blog pedindo informações sobre um vídeo, que usava parte do conteúdo. Antes de iniciar minhas considerações deixo o link sobre o projeto de decreto legislativo, intitulado pela imprensa como Projeto ‘Cura Gay’. Ao analisar o projeto cada um poderá tirar suas próprias conclusões.
Sinceramente, vejo o texto do Sr Reinaldo Azevedo apenas como uma tentativa ‘baixar a poeira’ frente ao retrocesso que pode ser cometido caso tal projeto seja, realmente, aprovado (e acredito que não será). É impossível pensar de forma diferente, esse conteúdo é mais uma forma de confundir a sociedade, assim como tal projeto. Faltam-lhe muitas informações para opinar desta maneira sobre a situação. Ele critica o jornalismo militante, mas é tudo que ele mesmo faz no tal texto. Fica claro, que quem usa de ignorância bem-intencionada é o próprio, ao comentar de forma tão leviana um tema tão complexo. Comparar abstinência sexual à orientação sexual é um verdadeiro insulto aos profissionais que estudam cientificamente a sexualidade humana. Assim como no jornalismo, segundo ele cita, na psicologia há profissionais e profissionais. Como, então, ele pode afirmar sobre a legitimidade de uma opinião valorativa ou não atuação em tratamentos coercitivos? Hipocrisia pura!
O projeto parece uma briga entre o Legislativo e o Executivo, salvo as Resoluções de outros Conselhos Profissionais não terem sido discutidas como extrapolando o seu poder regulamentar, o que reflete o caráter discriminatório e preconceituoso que o deu o apelido de Cura Gay. Muito mais que isso, o Projeto firma a intolerância e discriminação, e propicia de forma mascarada o fundamentalismo religioso, que só pode ser percebido na sutileza. Portanto, eu convidaria Sr. Reinaldo Azevedo a ler mais sobre Sexologia e a História da Sexualidade Humana, o mesmo digo em relação ao deputado João Campos, autor do Projeto, que por incrível que pareça, é uma peça da bancada evangélica.
Eu não entrarei em detalhes quanto à passagem bíblica sobre a homossexualidade, acho que seria redundante. Relativamente a isso, muitas (a maioria) igrejas condenam orientações sexuais diferentes do padrão heterossexual. O problema é que algumas acreditam que a fé pode converter uma pessoa de orientação sexual diferente da heteronormatividade. E mais, ‘curam’ estes fiéis através tratamento da fé. Infelizmente, muitas pessoas em sofrimento por estarem às margens da sociedade, encontram um acolhimento necessário e passam a controlar seus desejos e impulsos sexuais pela vontade Divina. São felizes? Acho bem difícil, quando não podemos ser como gostaríamos. O controle, provavelmente, traz sofrimento ainda maior.
Quando a homossexualidade ainda era tida como doença, tentaram-se várias formas de terapia de reorientação, em vão. Os principais defensores contemporâneos dessa terapia tendem a serem grupos cristãos conservadores e/ou organizações religiosas. O rigor científico dos estudos sobre a terapia de conversão é insuficiente para concluir sua eficácia, além de seus dados sobre segurança e confiança serem extremamente limitados.
Fica mais fácil de entender o raciocínio assim?  A sustação da aplicação do parágrafo único do Art. 3º e o Art. 4º da Resolução do Conselho Federal de Psicologia nº1/99 de 23 de março de 1999 irá privilegiar igrejas e psicólogos que ainda acreditam que a homossexualidade é apenas uma opção, advinda de problemas relacionais e/ou espirituais. O tal parágrafo do Conselho é uma forma de combater preconceito e discriminação e evitar distorções da prática psicológica, pois nem todos os profissionais têm as mesmas convicções e mesmo discernimento. Em 2009 houve o caso de uma psicóloga homofóbica (veja aqui), e é claro que não foi o único. 
Os jovens estão assumindo a homossexualidade ou a bissexualidade cada vez mais cedo, e isso se deve a vários motivos. Acontece que diante desta situação muitos pais procuram ajuda profissional ‘consertar’ seus filhos, em uma tentativa de redirecionamento ou conversão sexual. Neste momento sim, é necessário uma orientação, mas no sentido de direcionar esta família, para compreender a situação e saber lidar com ela. Além do mais, os conteúdos do vídeo e do texto aludem distorcidamente sobre a recepção do psicólogo a um paciente homossexual, como se este não tivesse direito a tratamento. Que grande mentira. Os pacientes homossexuais que chegam ao consultório em sua maioria estão em sofrimento perante os estigmas de nossa sociedade heteronormativa. E o estigma da sociedade pode caracterizar um transtorno em pacientes homossexuais, conforme observamos no CID-10 e em outros manuais diagnósticos, estamos falando da orientação sexual egodistônica. Na condição egodistônica o indivíduo é ciente de sua orientação, mas deseja ter uma orientação sexual diferente por causa de seu sofrimento e ansiedade em lidar com isto. O papel do profissional de saúde neste caso é ajudá-lo a se sentir melhor consigo mesmo, não reprimi-lo e nem condená-lo, já que levará muitos anos para mudarmos o pensamento medíocre da sociedade.
Se homossexual fosse apenas uma questão de opção, talvez veríamos pelas ruas muitos ex-gays bem-resolvidos.  A sociedade precisa sair do seu molde ultrapassado e compreender que falamos de uma condição, uma forma natural do desenvolvimento humano.
É incompreensível que um projeto contendo apenas 6 páginas tente derrubar décadas de estudos e prática, assim como Tratados e Declarações asseguradas por instituições internacionais, como a OMS e ONU (veja aqui), além dele ser inconstitucional. Quanto ao Sr. Reinaldo Azevedo achar que se informou sobre o assunto, parece-me inacreditável que realmente tenha feito. Um último conselho, não continue se escondendo atrás do discurso de liberdade de expressão, pois antes de tudo a notícia de ser informativa, e prezar por verdade. 






*Foto retirada da internet.


quarta-feira, 12 de junho de 2013

... Porque hoje é dia de amar!



"Amo-te tanto, meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.

Amo-te afim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.

E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude."


Vinícius de Moraes - Soneto do Amor Total


Amem hoje e todos os dias sem medo de amar. Feliz Dia dos Namorados a todos com ou sem namorado, pois antes de amar um outro, é preciso amar a si mesmo...
Aproveitem o dia em que o amor está no ar! Façam o amor transformar! Façam amor!



segunda-feira, 20 de maio de 2013

A mulher em 2013


Há dias venho me preparando para escrever sobre um assunto que, de uma forma ou de outra, tem feito parte do meu dia-a-dia. Algumas amigas acharão que me inspirei nelas, mas na verdade me inspirei em mim também, ou melhor, em todas nós, mulheres.
Ao longo de muitos e muitos anos de luta adquirimos alguns direitos. Mas seria hipocrisia de minha parte dizer que alcançamos a igualdade, pois isso está longe de acontecer.
O censo do IBGE mostra que há quatro décadas o número de mulheres solteiras, separadas e viúvas supera o de homens nas mesmas condições. Uma média de 4 em cada 10 mulheres brasileiras em idade adulta estão sozinhas. É dado também que na faixa dos 30, realmente, há mais mulheres do que homens. Além do mais, aquela velha história de que as mulheres andam mais exigentes, realmente confere. As mulheres têm buscado parceiros mais bem-sucedidos e inteligentes do que elas mesmas, e aí temos um grande problema. A mulher hoje se tornou uma profissional altamente qualificada e bem-sucedida, e então as opções de homens igualmente bem-sucedidos ou mais, no mercado dos solteiros, são escassas. Penso que essa pode ser uma resposta para aquela pergunta que, muitas vezes, eu me faço, e que com certeza você também se faz: “O que está mulher bonita, inteligente e bem-sucedida está fazendo solteira”?
A mulher tem cada vez mais autonomia e capacidade de dizer não frente a sua insatisfação e aos modelos da mulher maravilha criados pela sociedade e disseminados pela mídia.  E a consequência de todo esse processo que perdura décadas é só uma: homens cada vez mais dependentes e em conflito com essa mulher batalhadora que dá conta de qualquer recado. Sim, por mais frágil que possamos nos mostrar (de vez em quando, bem de vez em quando), na maior parte do tempo somos muito mais determinadas e perspicazes do que os homens. Poucos se adequaram a realidade das tarefas e responsabilidades compartilhadas. Então com toda razão, poucas mulheres aceitam toda essa carga sozinhas dentro do relacionamento. E talvez, por isso eu tente compreender que a estimativa de que 30% das mulheres vivam sem companheiro em todo o mundo, pois se for para dar conta do recado sozinha dentro de um relacionamento a 2, melhor ficar só mesmo... Contudo, há também aquelas que preferem se submeter aos conflitos de seus maridos, e aí cada uma com certeza terá seus motivos para tal...


"Não se nasce mulher, torna-se uma (Simone de Beauvoir)."






sexta-feira, 17 de maio de 2013

Dia Internacional contra a Homofobia e a Transfobia

Hoje, 17 de maio, é o dia internacional contra a homofobia e a transfobia. Abrace esta causa a favor da igualdade diante de nossas diferenças. Assista o vídeo.






quinta-feira, 16 de maio de 2013

Celebração ao dia histórico!





Porque nós só queremos que o 'iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza" faça sentido!




terça-feira, 16 de abril de 2013

Um ato sincero!


Quero compartilhar com vocês o trecho do livro Como pensar mais sobre sexo, de Alain de Botton, que mostra um verdadeiro ato de sinceridade, movido por interesses verdadeiros e honestos...







sexta-feira, 29 de março de 2013

É Páscoa, tempo de renovação!


É Páscoa!
Muitos se atém ao consumismo criado à data e esquecem-se do seu verdadeiro simbolismo. É tempo de renovação! Que tal refletir sobre nossos conceitos culturais, morais e religiosos? Que tal resignificar nossa cidadania?
É tempo para exercer o ensinamento maior de Jesus Cristo,  O AMOR AO PRÓXIMO SEM DISTINÇÕES! E que esse exercício se renove todos os dias do ano.
Deixo aqui este vídeo com sábias palavras de Jean Wyllys sobre gênero, mitos e fundamentalismo religioso, mostrando entre outras coisas, como a cultura religiosa construiu um gênero se sobrepondo aos demais.


Feliz Páscoa queridos leitores!








sexta-feira, 8 de março de 2013

Reflexões pelo DIA INTERNACIONAL DA MULHER


Ao pensar no real sentido do DIA INTERNACIONAL DA MULHER, cabem algumas reflexões...



Este dia teve origem em lutas e manifestações por melhores condições de vida e trabalho, bem como o direito ao voto. Será que ainda hoje precisamos lutar por melhores condições de vida e trabalho? Existe igualdade entre os sexos? Como temos usado nosso direito ao voto? Qual o papel da mulher na sociedade atual? MULHERES, como estamos nos utilizando das conquistas de nossas antepassadas? Fazemos jus?

Vou deixá-las com algumas palavras do sábio Arnaldo Jabor...

A "libertação da mulher" numa sociedade escravista como a nossa deu nisso: Super objetos.  Se achando livres, mas aprisionadas numa exterioridade corporal que apenas esconde pobres meninas famintas de amor, carinho e dinheiro.
São escravas aparentemente alforriadas numa grande senzala sem grades.
Mas, diante delas, o homem normal tem medo.
Elas são "areia demais para qualquer caminhãozinho".
Por outro lado, o sistema que as criou enfraquece os homens.
Eles vivem nervosos e fragilizados com seus pintinhos trêmulos, decadentes, a meia-bomba, ejaculando precocemente, puxando sacos, lambendo botas, engolindo sapos, sem o antigo charme "jamesbondiano" dos anos 60.
Não há mais o grande "conquistador".


FELIZ DIA INTERNACIONAL DA MULHER A TODAS! PARABÉNS GRANDES MULHERES!




*Foto retirada da internet


quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Sexualidade e Cancro




Hoje, o blog ganha a contribuição da socióloga, consultora sexual da Academia de Vênus de Lisboa, Mônica Teixeira. O texto sobre a sexualidade e o câncer traz algumas reflexões necessárias ao casal diante desta doença.


O surgimento de algum tipo de Cancro na vida de uma pessoa é muito traumático, dadas as consequências físicas e emocionais deste tipo de doença.

É importante ter em conta dois aspectos essenciais para a compreensão da sexualidade de quem sofre algum tipo de cancro:

1- Reação perante a descoberta da doença, que por vezes é mutiladora.

 Estaremos de frente com vários estados de emoções: negação, depressão, rebeldia, entre vários outros.

Será na fase da depressão que a atividade sexual será mais prejudicada. A preocupação com a doença em si, os tratamentos e a recuperação colocam a vida sexual num segundo plano. O desejo sexual tende a diminuir muito ou a desaparecer por completo, afetando as fases do ciclo de resposta sexual: excitação e orgasmo.

2 - Existem certos cancros que podem atingir áreas genitais ou outras regiões que podem afetar diretamente o desempenho de qualquer atividade de conotação sexual.
Tais como: Cancro no Pênis, Próstata, Ovários, Mama, entre outros.

O Cancro afeta a vida do casal das mais variadas formas, contudo estes devem procurar formas de adaptação, de modo a viver uma nova cumplicidade e intimidade entre ambos. Com a estabilidade da doença, a libido retorna e a vida sexual do casal volta a ser importante. Por isso, é extremamente importante que o casal se comunique da forma mais sincera possível, relativamente aos seus sentimentos e sensações.
É necessário muito apoio e tolerância, mas acima de tudo Compreensão.

Força lutadoras e lutadores, estamos aqui com vocês!







Cancro = cancêr
* Foto retirada da internet


quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Direitos Sexuais


A Organização Mundial de Saúde considera a sexualidade como um aspecto fundamental na qualidade de vida de qualquer ser humano, estando presente no que somos, no que sentimos e no que fazemos. Sim, que a sexualidade é integrante de nossa personalidade como seres humanos, já sabemos! Também que se constrói ao longo de nossas vidas, a partir das histórias pessoais e do ambiente no qual vivemos, e em contato com a cultura e políticas que nos rodeiam... Ok! Mas, que relação pode existir entre sexualidade e qualidade de vida?
Uma relação forte, muito mais forte do que podemos imaginar...
O desenvolvimento total da sexualidade é essencial, pois um problema sexual pode causar um impacto profundo nas várias esferas da vida de uma pessoa. Isto porque a saúde sexual é uma experiência processual que comporta bem-estar físico, psíquico e sociocultural. Além é claro, de todos os benefícios que uma vivência sexual saudável pode nos proporcionar (aqui).
Sabemos que a saúde é um direito humano fundamental. Então também a saúde sexual é um direito humano básico e universal baseado na liberdade inerente, dignidade e igualdade para todos, segundo a própria OMS. Portanto, para assegurar o direito do homem a partilhar uma sociedade com um desenvolvimento saudável ao nível das questões sexuais, em 1999, a Associação Mundial de Sexualidade em conjunto com a OMS, emitiu a Declaração dos Direitos Sexuais. Isto mesmo, nós temos direitos sexuais! São eles:
1.      O direito à liberdade de expressão sexual – Possibilidade de expressar o potencial sexual, excluindo toda forma de coerção sexual, exploração e abuso em qualquer época ou situação de vida.
2.      O direito à autonomia sexual, à integridade sexual e à segurança física – Autonomia sobre a própria vida sexual em um contexto ético pessoal e social. Também inclui controle e prazer do corpo, livre de tortura, multilação e violência de qualquer espécie.
3.      Direito à privacidade sexual – Tomar decisões e comportamentos individuais sobre intimidade, de forma a não interferir nos direitos sexuais de outros.
4.      O direito à igualdade sexual – Liberdade de todas as formas de discriminação, independentemente de sexo, gênero, orientação sexual, idade, raça, classe social, religião ou deficiência física e emocional.
5.      O direito ao prazer sexual – Fonte de bem-estar físico, psicologico, intelectual e espiritual.
6.      O direito à expressão sexual emocional – Expressar a sexualidade através da comunicação, toques,expressões de carinho e amor.
7.      O direito à união sexual – Possibilidade de casasar ou não, ao divórcio e ao estabelecimento de outras formas de união responsável.
8.      O direito à tomada de decisões relativas à reprodução e à contracepção – Decidir por ter ou não filhos, número e espaçamento entre filhos e o direito de pleno acesso aos meios de regulação da fertilidade.
9.      O direito à informação científica – A informação sexual deve ser produzida por processos de investigação científicos e éticos propagados de forma apropriada a todas as classes sociais.
10.  O direito à educação sexual – Processo que ocorre ao longo da vida, desde o nascimento e que deve envolver todas as instituições sociais.
11.  O direito à saúde sexual – Os cuidados com a saúde sexual devem fazer parte de tratamentos de prevenção, preocupações, problemas e desordens sexuais.
A Declaração traz ainda que quando se refere às pessoas com incapacidades, assegura uma postura de igualdade de direitos e determina que, dado que esses indivíduos possuem necessidades especiais e podem estar em situação de vulnerabilidade biopsicosocial, a sua educação sexual deve ser prioritária.
Para assegurar a Declaração dos Direitos Sexuais, anos depois, durante o I Congresso Internacional de Sexualidade e Educação Sexual (realizado na Universidade de Aveiro - Portugal), em 2010,  expressa-se na Carta de Aveiro:
A necessidade de um esforço conjunto dos poderes públicos, nacionais e internacionais, organizações não governamentais e agentes da sociedade civil, no desenho de linhas de ação que encoragem o trabalho colaborativo entre as várias áreas de saber, para a promoção da saúde sexual, no respeito pela igualdade de gênero, multiculturalidade e diversidade sexual”.
Bem,  se os direitos sexuais são mesmo direitos humanos e universais por quê ainda há privação e negação da sexualidade? E é neste momento que uma indagação nos assombra... Todos, sem exceções, tem vivido, realmente, estes direitos?






Este texto contou com a contribuição do advogado criminal e ativista pela causa humanitária, Dr. Dalio Zippin Filho.
Meus sinceros agradecimentos a ele.


quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

(Des) orientação


Às vezes me pego pensando: o mundo está se transformando e o ser humano não é capaz de acompanhar tantas transformações, ou o mundo continua estático e é o ser humano que anda a marcha ré da evolução?
Sócrates tinha toda razão quando disse “só sei que nada sei”, passei anos construindo respostas para minhas dúvidas, tentando compreender com conhecimento o inteligível e no fim das contas percebo que a medida que minhas dúvidas são respondidas, surge uma nova gama de outras dúvidas. Acreditei piamente na construção do conhecimento, mas hoje percebo que ela é hipotética. Quanto mais sólidos seus pilares se erguem, mais necessária se torna sua desconstrução.
Ninguém estranharia se eu falasse sobre meu fascínio sobre o humano, mais precisamente, sobre homens e mulheres. E estes últimos são, sem dúvidas, a primeira e mais importante distinção humana, que ‘ganhamos’ de acordo com um dado fisiológico. Até aí tudo bem, porque não vou desconstruir aqui essa história tão antiga da cissura homem e mulher... O foco é outro!
 O que quero dizer é simples assim: Quem disse que um homem deixa de ser mais homem porque assume seu desejo por pessoas do mesmo sexo biológico? Ou que uma mulher deixa de ser mais mulher por gostar de pessoas que possuam o mesmo ‘dado fisiológico’ que o seu?
A única relação que ser homem ou mulher tem com orientação sexual, é ao que tange o objeto sexual, ser homem ou mulher, no sentido de ser do mesmo sexo ou não. Orientação vem de desejar sexualmente. E então, a modernidade se encarregou de categorizar esta também. Mais que isso, associou a dinâmica dos jogos e prazeres sexuais à lógica reprodutiva, contribuindo para a instituição da heterossexualidade, quando se deseja alguém do sexo oposto, como um padrão ‘normal’ de orientação sexual. A busca incessante do discurso científico por distinguir o normal do patológico caracterizou o sexo como um campo de batalha onde se confundem a moral cristã, os interesses econômicos da burguesia e a própria ciência. Consequentemente, o que foge da determinação ortodoxa é tido como excluído da sociedade ‘normal e sadia’. E assim que é vista a homossexualidade, ou melhor, as diversas formas de sexualidade.
E é neste ponto que eu digo para desconstruir o conhecimento. Na pré-história desconhecia-se o vínculo entre sexo e procriação e a noção de casal. Hoje vivemos por rotulagens. Buscam-se respostas à origem da homossexualidade. Mas, alguém sabe sobre a origem da heterossexualidade?
Ao pensar em 2 sexos, macho e fêmea, cria-se a falsa estática da monossexualidade, onde se categoriza simplificadamente: hetero, homo e bissexual. Kinsey já dizia “o mundo em que vivemos é contínuo em todos e em cada um dos aspectos”. Ele mesmo apresentou uma escala que tenta descrever o comportamento sexual de uma pessoa ao longo do tempo e em seus episódios num determinado momento. Observe-a.




Já faz muitos anos que Kinsey apresentou isso ao mundo. E atualmente, ainda insiste-se em categorizar. A tecnologia, a informação, o conhecimento, a globalização transformaram o mundo. E o ser humano tem dado conta disso? A homossexualidade é muito mais antiga de que se pode imaginar. O fato é que nunca foi tratada com tanto preconceito, como atualmente. Volto à questão da desconstrução do conhecimento, principalmente quando se fala de ser humano. O ser humano não é estático como uma máquina. O ser humano fala a singularidade, sente a unicidade. É a verdadeira descategorização. Ninguém é nada além do que apenas é...







Viva 2013!