O casamento é a construção de uma nova identidade para os
cônjuges, de um ‘eu-conjugal’ que vai se construindo através das interações
entre os parceiros. No momento em que um casal opta por viver juntos, cada um
deles terá de se modificar internamente e se reorganizar em busca do equilíbrio
para a relação. E por valorizarem demais o casamento, ao ponto de não aceitarem
que a relação conjugal não corresponda às suas expectativas, que o número de
separações tem crescido cada vez mais.
O divórcio reflete uma exagerada exigência dos cônjuges. A
realidade atual é muito diferente da vivida no século passado, cada vez mais as
pessoas se tornam individualistas, privando-as de uma das características muito
importante para o sucesso de um casamento: a flexibilidade. Devemos pensar que
temos, debaixo de um teto em comum, duas pessoas diferentes (porque ninguém é
igual a ninguém), com criações diferentes (por mais parecidas que sejam, são
diferentes), realizando interesses comuns e construindo uma base sólida para a
formação de uma família. E, portanto precisamos, sim, ser flexíveis... Mas,
além disso, é preciso usufruir muito bem da chave do sucesso para um bom
relacionamento: a comunicação! Em um relacionamento não existem ‘entre linhas’.
No processo de separação a identidade conjugal construída com
o casamento vai gradualmente se desfazendo, levando cada um dos cônjuges a uma
redefinição das suas identidades individuais. E este processo é umas das
experiências mais dolorosas do ser humano, sendo extremamente complexo. Os
cônjuges encontram-se diante da frustração de um casamento que não supera suas
expectativas. Talvez por isso e pela valorização exacerbada do casamento, a
maioria dos divorciados acaba caminhando para um recasamento.
Embora homens e mulheres vivenciem a mesma dor, comportam-se
diferentemente e manifestam seus sentimentos em relação à separação e possível
causa de formas distintas. Provavelmente, essas diferenças estejam muito mais
relacionadas às questões culturais do que a própria distinção biológica entre
os sexos. Nas últimas décadas as mulheres conquistaram mais espaço no mercado
de trabalho, na sociedade e dentro do próprio relacionamento conjugal, o que
fez com que elas se tornassem mais exigentes amorosamente. Os estudos mostram
que as mulheres apresentam uma maior possibilidade de realizar mudanças, assim
como de romperem o casamento, talvez pela facilidade em falar sobre seus
sentimentos e motivação em explicar e discutir o relacionamento. Mas a verdade
é que, desconstruir um relacionamento conjugal após a separação, e ao mesmo
tempo reconstruir a identidade individual, não é fácil. É um processo lento e
vivenciado com dificuldade e sofrimento. A maior liberdade se mistura ao
sentimento de solidão, tanto para homens como para as mulheres.
O que se percebe é que, atualmente, homens e mulheres buscam relacionamentos mais verdadeiros e gratificantes, talvez por isso tantos casamentos se dissolvam. Só não e se pode ‘ir para o altar’ (hoje está não é mais uma premissa básica para um relacionamento conjugal) pensando que se não der certo, existe a separação... É preciso tentar fazer com que dê certo!
Imagem retirada da internet
Os dois temas tratados neste texto (casamento/relacionamento conjugal + separação) são extremamente complexos, portanto estamos apenas abrindo portas para as reflexões acerca do assunto! Espero que gostem e aproveitem a leitura!
ResponderExcluirhá 2 segundos · Curtir