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terça-feira, 6 de setembro de 2016

Viva o Dia do Sexo!

Hoje, DIA DO SEXO, vamos dar início a nossa série de postagens para desmistificar mitos e crenças errôneas sobre nossa sexualidade. O primeiro tema é bastante complexo, e ainda controverso na Sexologia: o ORGASMO FEMININO.
Pode ser delicado, intenso, sensível, suave, demorado, rápido, ou nem aparecer tanto assim... Enfim, independente do resultado, ele exige investimento! É necessário conhecimento do próprio corpo e muito erotismo, ou seja, técnica, que será adquirida ao longo da vida em nossas experiências e vivências de prazer.

Na mídia vemos diariamente uma enxurrada de ideias, opiniões e informações sobre o orgasmo, como se houvesse um padrão obrigatório para alcança-lo. E pior, muitas vezes, isso acontece sem qualquer base científica. A ideia de que uma mulher que não tenha prazer com a penetração, mas através de outras formas de estimulação seja incompleta e imatura, é totalmente falsa e errada. Não existem vários tipos de orgasmo. O orgasmo é único, seja qual for o estímulo. Vagina e clitóris são indissociáveis na experiência orgástica. O clitóris é o ator principal, e você pode retomar o texto em que falamos sobre ele (clique aqui) para entender melhor este papel.

E aí, nos perguntamos... Será que pode haver alguma condição favorável ao orgasmo?
Sim, pode. Estimulação adequada e suficiente (lembra do investimento lá início?!), e isso pode mudar ao longo da vida. Ah, o parceiro não tem bola de cristal, ok? É preciso que você conheça e saiba comunicar seus prazeres. Também é preciso que você se entregue, agarrando-se aos estímulos e permitindo-se o prazer, sem culpa. E lembre-se, orgasmo é perda de controle. Então, não tenha medo de perder o controle!

E para dar um upgrade em seus conhecimentos sobre o assunto, leia a entrevista interessantíssima com a investigadora Inês Tavares, do SexLab (Universidade do Porto), a qual ela conta os resultados de sua pesquisa sobre o orgasmo feminino (clique aqui).






quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Sobre os 50 tons do arco-íris


Como eu não conseguiria explicar em um breve comentário minha visão (como já disse no texto anterior é um assunto que eu passaria dias discutindo e aquela ideia foi bem sucinta mesmo), vim escrever mais algumas palavrinhas sobre meu ponto de vista e que talvez o explique melhor.
Agradeço os comentários e as dicas para ler o livro... Quem sabe me aventurarei depois que terminar O ensaio sobre a cegueira (incrivelmente fantástico!). Acho realmente bacana o fato das mulheres começarem a pensar mais na sexualidade, seja da forma que for. Também achei muito interessante a preferência sado-masoquista dele ser explicada por um abuso, confere? Primeiro porque alguns especialista ainda acreditam que o abuso não cause tantos traumas quanto imaginamos e segundo porque isso pode nos mostrar que o comportamento dele foi construído em cima de situação traumática, que não foi resolvida e tratada. É muito lindo, realmente, trazer essa questão de uma forma positiva e romântica e virar um fenômeno mundial. Contudo, na prática não é assim... a realidade é muito diferente disso! E também é, no quesito relacionamento. Nós mulheres somos por essência (leia-se aqui a grande maioria) românticas e sonhamos com um príncipe encantado. E a realidade é assim? O príncipe encantado existe? Que mulher não sonha com um homem rico, lindo, gentil e educado que a leve para lugares inusitados sempre brindando com Veuve Clicquot? Claro, que esse mocinho mexe com o imaginário das mulheres, principalmente, as mulheres de hoje que tem vários papéis a desempenhar em um mundo que cada vez mais cobra por resultados (leia-se perfeitos), ou seja, a super mulher. Infelizmente, mais uma vez tenho que dizer que a realidade não é esta, e está longe de ser...  Nunca as taxas de divórcios foram tão altas, por quê? Uma das explicações para isso está no bombardeio de cobranças da sociedade por seres humanos perfeitos que não toleram diferenças, e então no primeiro obstáculo que o relacionamento impõe, a separação é certa. Quantas mulheres não estão solteiras por sonharem encontrar o homem dos seus sonhos? Perdemos muito tempo apenas idealizando. A verdade é que ele não existe, sejamos realistas, não frustradas!
É importante o autoconhecimento, assim aprendemos a lidar com nossos defeitos (e como dói) e também a respeitar os dos outros. Respeitar em um relacionamento é fundamental! Buscar o equilíbrio é crucial! E por tudo isso que eu falo que existem 50 tons de vermelho também... E não só de vermelho, mas de rosa, de verde, de azul e amarelo também! O prazer da leitura é fantástico (como é bom ler), mas a realidade é outra (como uma leitora do blog trouxe, devemos saber separá-la da ficção)... Então pergunto: Por que a autora não construiu os personagens em cima de algo mais palpável? Personagens mais reais? Porque a realidade não é vendida! As mulheres ainda não descobriram o quanto o seu prazer pode ser intenso. E aí como Sexóloga (e são anos de estudo sobre o assunto e muitos e distintos casos na bagagem) eu lhes convido a ler 2 textos que eu escrevi aqui no blog Desvendando um mistério: O Clitoris ou Clitóris, como preferir e O mito caiu por terra. E então lhes deixo a seguinte pergunta: Já tinham conhecimento disto?
Temos a maior arma de prazer, o clitóris e sequer sabemos disto (talvez agora eu não esteja sendo realista, mas quero que todas as mulheres saibam e não estou cobrando nada por isso). Até porque os estudos sobre a sexualidade feminina são atualíssimos ao se tratar de ciência, e talvez só aconteçam graças a esse feminismo que muitas vezes soa tão pejorativo. Também temos vários estudos que mostram o quanto é importante para o homem perceber a satisfação da parceira na relação sexual, assim aquela que tem o autoconhecimento de sua própria sexualidade, consequentemente, deixará também seu parceiro mais satisfeito. Quando falo em sermos egoístas, não é questão de feminismo, até porque uma relação sexual (sequer um relacionamento) deve ser tomada como machista ou feminista. Devemos descaracterizar esses modelos e criar nossos próprios. O que devemos sim, é assumirmos as rédeas da nossa sexualidade, esquecer falsos mitos, conhecer o próprio corpo e prazer (masturbação não é pecado, é a melhor forma de se conhecer) e desfrutar de todos os benefícios que uma boa relação sexual pode nos proporcionar (como descrito em outro post).







segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Sobre os 50 tons de cinza


Até semana passada eu não sabia sequer que existia 50 tons de cinza, ou uma escritora chamada E. L. James, ou um tal Christian Grey e uma tal Anastasia Steele. Se isso é a realidade atual, estou vivendo em Marte (ainda bem). E se alguém me perguntar se eu li o tal livro, vou responder com muito orgulho que não. Além da minha criação, onde o lugar da mulher jamais foi de submissão, fui contra todos os preconceitos da sociedade que envolvem a sexualidade humana e assumi meu desejo pela sexologia como profissão. E com minha experiência profissional percebo que a realidade dos casais e das mulheres está bem longe de ser um conto de fadas e, aprofundando mais no tema sexual chave do livro também não acredito que sadomasoquismo seja algo revolucionário para se viver melhor a sexualidade.
Que triste pensar que em pleno ano de 2012 as mulheres precisem de um livro que fale explicitamente sobre sexo para se libertarem e melhorarem seu relacionamento sexual em casa. São décadas de luta pela independência financeira, pelos direitos morais e cíveis iguais aos dos homens, mas a liberdade sexual, batalhada desde a década de 60 com a pílula anticoncepcional, mostra-se fragilizada e não tão necessária diante do forte desejo de submissão entre 4 paredes demonstrado pela grande maioria das leitoras do livro. Ou seja, as mulheres buscam incessantemente cumprir o papel de ‘super mulher’ exigido pela sociedade, mas escondido de todos é melhor satisfazer a vontade do ‘super homem’ para permanecer ao seu lado.
O fenômeno em que se tornou tal livro ainda me faz pensar que ele é apenas mais um objeto do consumismo desenfreado e tão querido das mulheres. A preciosa peça que todas as mocinhas (principalmente as virgens e pobres) precisam ter para conquistar o príncipe lindo, bem-sucedido e milionário.
Mulheres acordem para a realidade! Contos de fadas não existem. Christian Grey é surreal. Existem 50 tons de vermelho também. Aprendam a ser mais egoístas e pensar em sua própria felicidade e satisfação. Se for para um homem lhe amar de verdade será pelo que você é, não pelo que ele quer que você seja. E nada melhor que uma mulher bem-resolvida sexualmente, que sabe lidar de maneira saudável com seus anseios, suas vontades e desejos...






quinta-feira, 8 de março de 2012

Dia Internacional da Mulher - A Batalha pela Igualdade




Como todos os anos, o blog faz hoje sua singela homenagem as mulheres...
Muito mais que um dia de comemorações, este deve ser um dia para as mulheres marcarem seu espaço e sua presença. Deve ser um dia de reflexões. E isto é válido aos homens também... Afinal de contas a ênfase deste dia não está na reprodução e no romantismo, mas no papel da mulher perante a sociedade e o mundo.
Do que adianta elegermos uma mulher para governar nosso país se nem em algo tão íntimo, como a sexualidade, há igualdade entre ‘macho’ e ‘fêmea’? Cabe a cada uma de nós fazer a diferença (e essa começa dentro de nós mesmas)! 
Parabéns mulheres!

(veja artigo sobre sexualidade feminina aqui!)








* Foto retirada da internet.


segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

E o mito caiu por terra...


Os consultórios estão cada vez mais cheios de mulheres que têm boas relações sexuais e acreditam que não são normais porque não atingem sempre o orgasmo. Ou são os parceiros que reclamam que nem sempre elas chegam ao orgasmo. E será que existe algo de anormal em não atingir sempre o orgasmo?
Este é um péssimo mito! Alguns estudiosos do passado defendiam que a mulher teria sempre que atingir o orgasmo, em todas as relações sexuais. A mídia ainda vende esta idéia. Contudo, é um engano terrível pensar desta maneira. Nem sempre para a mulher se satisfazer é preciso ter orgasmo. Para as mulheres é fundamental o carinho, a troca de afetos e a proximidade com o parceiro. A satisfação com a atividade sexual não é dependente da quantidade ou intensidade do prazer derivado do orgasmo, ela depende muito mais da intimidade com o parceiro, mesmo que o prazer orgástico não esteja incluído no ato. Ao se sentir satisfeita, a mulher terá vontade de ter novas relações com o parceiro.
Ocorre que muitas mulheres travam uma batalha incansável em busca do orgasmo vendido em revistas, tornando-o inatingível e abandonando o prazer que a relação sexual pode lhes dar. E como co-responsáveis pelo próprio orgasmo, mesmo ao melhor amante é preciso que a mulher mostre como satisfazê-la, pois cada uma tem suas preferências e desejos. Ah, e quem sabe juntando tudo isso não se tenha como resultado um bom orgasmo... Não acham?!








* Foto retirada da internet.


terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Desvendando um mistério: O Clitoris ou Clitóris, como preferir!

      Em mais de cinco milhões de anos de evolução humana apenas um órgão existe com o único objetivo de proporcionar prazer, o clitóris. Ele não é necessário à reprodução, nem para urinar. Sua única função é, simplesmente, o bem-estar feminino! E muito provavelmente por ter uma 'única e simples' função a ciência tenha negligenciado seu estudo, se o compararmos, por exemplo, com o pênis.
      Antes de aprendermos o que é o clitóris, não somos sequer habilitados para saber sua verdadeira localização, ou seja, seu real tamanho. Ao contrário do que a maioria das mulheres acredita, a verdade é que o clitóris está em sua maior parte dentro da pelve, ou seja, é muito mais interno do que externo. Cientificamente a parte externa do clitóris é conhecida como glande, que se refere a uma pequena massa circular. Mas devemos admitir que glande se tornou um substantivo muito ligado ao sexo masculino...
      A estrutura do clitóris contém cerca de 8mil pequenas fibras nervosas sensoriais, mais do que em qualquer parte do corpo humano e, incrivelmente, quase o dobro da quantidade de fibras nervosas encontradas na cabeça de um pênis. A parte interna do clitóris é composta por 2 corpos cavernosos, 2 crura e os portais. A glande está conectada ao eixo interno, que são os 2 corpos cavernosos. Quando eretos esses corpos cavernosos abrangem cada lado da vagina, envolvendo seu entorno. Os corpos cavernosos se estendem, bifurcando novamente para formar o crus. Estas 'pernas' apontam para as coxas quando em repouso, e remontam em direção à coluna quando eretas. Perto dessas estruturas, em ambos os lados da abertura vaginal estão os portais do clitóris, internamente sob os grandes lábios.
      Foi somente na década de 90 que os pesquisadores começaram a estudar a parte interna do clitóris, usando a ressonância magnética, enquanto o pênis já era bem conhecido em pequenos detalhes. Ironicamente, quando o mundo médico foi informado do verdadeiro alcance e tamanho do clitóris, em 1998 com as descobertas da urologista Helen O’Connell, foi apresentado aos homens o Viagra. Os próprios livros de anatomia recentes omitiram e, talvez ainda omitam a descrição do clitóris, enquanto se dedicam à anatomia peniana.
      Em 2009 (pasmem!) pesquisadores franceses apresentaram a primeira ultra-sonografia completa em 3-D de um clitóris estimulado. Com este trabalho é possível entender como a ereção clitoriana envolve a vagina, além de questionar o orgasmo vaginal. Estes pesquisadores trazem que, o que consideramos durante muitos anos como orgasmo vaginal é na verdade um orgasmo clitoriano interno.
      É triste, se não bastasse tanta repressão, influências culturais equivocadas, culpa, traumas e o medo de assumir o verdadeiro eu perante a sociedade, ainda temos a política da medicina para nos manter no escuro do conhecimento. A existência de um órgão de prazer é negada, mas na contramão desta linha temos pesquisadores em busca de explicações cada vez mais concisas e esclarecedoras.





Clique aqui para ver um vídeo com o desenho do clitóris interno, desenvolvido pela artista e educadora sexual, Betty Dodson.
Nota: No desenho a glande aparece como glândula erroneamente, o termo apropriado é glande.







Baseado no texto The Internal Clitoris in Museum of Sex



quarta-feira, 5 de maio de 2010

Encontros na Sexualidade Feminina



Encontro que acontece hoje, dia 05 de maio de 2010, em Lisboa. O evento contará com a participação da Professora Doutora Leonore Tiefer, além de reunir profissionais que se dedicam a intervir e investigar sobre a sexualidade feminina em diversos contextos.
Entre os temas de reflexão que serão abordados, destacam-se:
Género, educação e sexualidade
A mulher nas relações lésbicas
Contracepção e sexualidade
Sexualidade e doença crónica
As dificuldades sexuais nas palavras das próprias mulheres
Sexualidade na Mulher com VIH

Com certeza será um grande Encontro!