segunda-feira, 4 de junho de 2012

A testosterona e o emagrecimento!


A testosterona é um hormônio encontrado em nosso organismo desde a diferenciação sexual, na fase embrionária. Nos homens é produzida pelas Celulas de Leydig  nos testículos e em menor proporção pelas supra-renais, além de ser encontrada em maiores níveis comparando as mulheres, o que a classifica como androgênio. Produzida na maior parte nos testículos, a T é responsável pelo desenvolvimento dos órgãos sexuais e das características sexuais secundárias no homem. Além de influenciar no comportamento sexual e social, em homens adultos a T tem importância a nível mental, na voz, libido, disposição da gordura visceral, aspectos dos genitais externos, massa muscular e óssea, conferindo-lhe grande importância para uma vida saudável.
Engana-se quem acha que a T é um hormônio exclusivo dos homens, pois nós mulheres também a carregamos. Claro, com menor produção. Na mulher adulta se encontram quantidades de 20 a 30 vezes menores que em homens. É produzida nos ovários e em menores níveis nas supra-renais, também. Na mulher atua na memória, motivação, no desejo sexual, pele, na massa muscular e óssea. Enfim, além de seu papel crucial na diferenciação dos sexos, quando em níveis normais, a T é importante para o funcionamento saudável do organismo. E não é isso que vamos discutir hoje, porque vou colocar a T em um papel bem polêmico.
Um estudo publicado recentemente afirma que homens mais velhos com baixos níveis de T poderiam perder peso tomando suplementos do androgênio. O estudo foi feito ao longo de 5 anos com um grupo de 115 homens, inicialmente com 61 anos e produção insuficiente de T (lembro que acima dos 50 anos, geralmente, os homens apresentam naturalmente um queda anual na T em seu organismo, fenômeno descrito como ADAM – Deficiência Androgênica do Envelhecimento Masculino). Estes homens receberam injeções de T durante esses 5 anos e apresentaram uma perda média de 16kg. Em média a circunferência abdominal (medida importante para se determinar a Síndrome Plurimetabólica) caiu de 107 para 98 cm. Para os autores as melhorias foram progressivas ao longo dos 5 anos de realização do estudo. Ainda para estes, aumentar a T para níveis normais além de reduzir o peso corporal, diminuíram a circunferência abdominal e a pressão sanguínea, melhorando também os perfis metabólicos. Em comunicado, destacaram que os níveis da T aumentados melhoram a energia e a motivação para fazer exercícios físicos e movimentos em geral, contando ainda que a T aumenta a massa corporal magra, o que dá mais energia aos pacientes. A perda de peso acontecerá apenas durante o tratamento. Acredito que isso poderá desencadear um certo T-vício...
Óbvio que o estudo é valido! Só que algumas dúvidas me consomem... Por que sempre depender de algo que precisa estar relacionado à indústria farmacêutica? Por que não buscar uma vida saudável com a ajuda de profissionais qualificados para tal? Talvez porque o melhor caminho sempre é o mais fácil, não é?! É comprovado que alimentação saudável e a prática de exercícios físicos (incluindo sexo!) fazem bem ao funcionamento e bem-estar do organismo. Sem contar que a T injetável é uma droga, que traz sérios efeitos para a saúde, alguns pesquisadores a tem vinculado ao câncer de próstata e doenças cardíacas. Vale mesmo a pena emagrecer e correr riscos?
Penso também nos tratamentos já existentes por aí, em que há ‘reposição’ de T em mulheres, onde os principais motivos são apenas estéticos e os efeitos benéficos são bem menos intensos que os colaterais. Será que a busca pelo corpo perfeito fala tão mais alto a esse ponto? Só de pensar na hipertrofia clitoriana já me dá medo! Pessoas, cadê o amor próprio? Não seria muito mais fácil mudar o estilo de vida do que ir contra a natureza?






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