segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Sobre os 50 tons de cinza


Até semana passada eu não sabia sequer que existia 50 tons de cinza, ou uma escritora chamada E. L. James, ou um tal Christian Grey e uma tal Anastasia Steele. Se isso é a realidade atual, estou vivendo em Marte (ainda bem). E se alguém me perguntar se eu li o tal livro, vou responder com muito orgulho que não. Além da minha criação, onde o lugar da mulher jamais foi de submissão, fui contra todos os preconceitos da sociedade que envolvem a sexualidade humana e assumi meu desejo pela sexologia como profissão. E com minha experiência profissional percebo que a realidade dos casais e das mulheres está bem longe de ser um conto de fadas e, aprofundando mais no tema sexual chave do livro também não acredito que sadomasoquismo seja algo revolucionário para se viver melhor a sexualidade.
Que triste pensar que em pleno ano de 2012 as mulheres precisem de um livro que fale explicitamente sobre sexo para se libertarem e melhorarem seu relacionamento sexual em casa. São décadas de luta pela independência financeira, pelos direitos morais e cíveis iguais aos dos homens, mas a liberdade sexual, batalhada desde a década de 60 com a pílula anticoncepcional, mostra-se fragilizada e não tão necessária diante do forte desejo de submissão entre 4 paredes demonstrado pela grande maioria das leitoras do livro. Ou seja, as mulheres buscam incessantemente cumprir o papel de ‘super mulher’ exigido pela sociedade, mas escondido de todos é melhor satisfazer a vontade do ‘super homem’ para permanecer ao seu lado.
O fenômeno em que se tornou tal livro ainda me faz pensar que ele é apenas mais um objeto do consumismo desenfreado e tão querido das mulheres. A preciosa peça que todas as mocinhas (principalmente as virgens e pobres) precisam ter para conquistar o príncipe lindo, bem-sucedido e milionário.
Mulheres acordem para a realidade! Contos de fadas não existem. Christian Grey é surreal. Existem 50 tons de vermelho também. Aprendam a ser mais egoístas e pensar em sua própria felicidade e satisfação. Se for para um homem lhe amar de verdade será pelo que você é, não pelo que ele quer que você seja. E nada melhor que uma mulher bem-resolvida sexualmente, que sabe lidar de maneira saudável com seus anseios, suas vontades e desejos...






6 comentários:

  1. Você tem razão! Muitas das dificuldades e problemas reais, não devem ser relatados neste livro. Acredito que as mulheres saberão encarar o verdadeiro objetivo do livro, apenas um passatempo.
    Obrigada

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  2. Acredito que você deveria ler o livro...

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  3. Tb acho que vc deveria ler o livro para melhorar a sua critica aqui. O livro pode tratar de um tema "duro" e talvez machista aos seus olhos (o aos olhos de mtas feministas, que na minha opiniao assumiram o pior do que os homens tem - ao igual que os gays assumiram o pior lado da mulher), mas a medida que avança a história, vc vai vendo como a coisa muda totalmente de figura, como a transformaçao do ser humano se da a travez do amor...
    E o que fazemos entre 4 paredes não deveria ser taxado de machismo nem de feminismo... há momento em que ser dominado(a) é a melhor coisa do mundo, basta saber usar a criatividade. E sim, são poucas as historias eróticas para mulheres... se vc quiser se divertir um pouco na internet vc só encontra videos e coisas direcionadas para os homens... um livro que fale de erotismo, voltado mais para o publico heterosexual femenino não vem mal de vez em qdo, sabe... se ta tendo sucesso, melhor para a autora, assim ela vai ter mais solvencia financeira na vida... o que tem demais?!?!? Parece até inveja do sucesso dela...
    Engraçado... ninguém menciona a submissao que os homens sao submetido por mtas mulheres... sabe, tenho amigos que sofreram MUITO na mao de mulheres e qdo foram denunciar na policia, por exemplo, os caras riam da cara deles.... cadê os(as) defensores(as) desses homens que tb sao vulneráveis e se veem agredidos fisicamente e emocionalmente pelas mulheres?!?!?!
    Enfim, o assunto da pano pra manga... ;)

    Fabiana.

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  4. Na minha opinião, você como Psicóloga/Sexóloga, deveria ler o livro acima comentado e não se basear apenas em críticas para construir a sua.
    Não é a toa que o livro é um fenômeno mundial.
    Fica a dica!

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    1. Desconfio toda vez que alguma coisa vira fenômeno mundial, quase nunca é coisa boa! Rs..

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  5. Realmente deveria ler a trilogia para refazer a sua crítica.

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